Um comentário sobre “Relato de um Ponteiro

  1. Colei meu antes, no lugar errado. Aí vai de novo:

    Querido Davy – querido mesmo!

    Não há o que corrigir ou acrescentar, a não ser ratificar seu relato, que nem mesmo a emoção o fez menor em relação à objetividade e realidade. Quero apenas reforçar a importância do que vc, com muita propriedade, chamou de momento histórico. Senti assim mesmo: os Pontos de Cultura do Brasil, sem nem sombra de patrocínio, fazendo história, fazendo acontecer! E esse, me parece, é o principal ensinamento da unidade, resultado do foco na grandiosidade do movimento, na generosidade de quem, em vez de reclamar da adversidade dos horários, das filas para as refeições ou das falhas de um ou outro companheiro, no processo de recepção, concentrou o olhar na história e objetivos do movimento e dos companheiros de jornada.

    Creio nesse diálogo, Davy. Como vc disse, a tensão vem sendo quebrada com o esforço de ações como essa; por meio da franqueza de olhar nos olhos, uns dos outros, colocando as questões de forma clara, firme, generosa e guerreira; pela disposição ao sacrifício de uns, pelo bem coletivo, esperando que o que é sacrifício de uma parte, se transforme em festa para todos nós.

    Algo assim: sabemos que o MinC pode e deve muito mais, mas nós, os representantes dos Pontos, não fomos para lá de armas em punho, para arrancar o “impossível” nesse momento em que a correlação de forças está evoluindo em favor dos Pontos desse nosso Brasil lindo e maltratado, por muitas vezes. Fomos para fazer o que parece impossível se tornar absolutamente provável, palpável, tangível, não gratuitamente, mas pela legitimidade dessas demandas, como resultado das lutas de todos os segmentos dessa enorme população que assina e movimenta a cultura brasileira.

    Foi lindo mesmo, Davy e quero dizer ao Fábio e a todos os companheiros que não puderam estar em Brasília, que sentimos sua falta sim, principalmente daqueles que, sabíamos, só não estavam por absoluta impossibilidade, como é seu caso, Fábio. Não foi fácil estar lá e, sinceramente, olhando aquele horizonte amplo que BSB oferece – e que no dia 25 foi modificado pela presença de nuvens pesadas, conferindo certa dramaticidade ao cenário – pensei no pessoal do meu Ponto, a quem eu estava representando, nos outros Pontos do meu estado. Imaginei como seriam nossos folguedos tingindo de cores vivas aquelas avenidas largas e quebrando a sisudez dos seguranças e assessores do Congresso (que, diga-se de passagem, acabaram capitulando à alegria espontânea e destemor dos ponteiros que tomaram a casa de assalto).

    Silenciosamente, durante a Marcha – que procurei registrar em detalhes, dentro das possibilidades do meu equipamento modesto e conhecimento insipiente sobre a arte de fotografar, diante da sua expertise no assunto – dediquei aqueles momentos a esses arteiros, fazedores culturais animados com toda e qualquer possibilidade de se expressarem. Agradeci à vida por pertencer a esse universo, ao meu Ponto Encantando a Vida / Pontão No Tom da Cidadania, não conveniado – como eu disse na audiência com a Marta – mas nem por isso menos atuante e legítimo.

    Como tantos outros, foi assim que pude ir à Brasília: passagem bancada pelo Ponto, hospedagem na casa de duas amigas, para não ocupar os lugares que o pessoal de Brasília e a CNPdC conseguiram, alimentação nessas casas e no bandejão de R$ 1,00 que nos fez remeter aos tempos da Universidade (Ô saudade!).

    O mais importante de tudo, como fato simbólico: os tambores das “Guerreiras da Daraína” se fizeram ouvir, mesmo, a priori, proibidos de entrar no Plenário 12 da Câmara! E a gente cantou a ciranda. Estamos vivíssimos, mais que nunca!

    Abraço forte e sincero, Davy e demais companheiros, presentes ou ausentes da Marcha.

    Gal Monteiro

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